segunda-feira, 19 de junho de 2017

SADO
Convite para si e para os seus amigos 

Chamam-me Sado, mas também já fui conhecido por Sadão, Calipus e pelas mais diferentes designações ao longo dos séculos desde que comecei e percorrer os 180 quilómetros que separam a zona do meu nascimento, no Alentejo, junto ao Algarve, até à minha foz em Setúbal, frente à Serra da Arrábida. 

Em Setúbal até gostam de me alcunhar por “rio azul” porque na maior parte dos dias apresento-me vestido com uma linda roupagem da mesma cor do céu. 

Imaginem que agora o meu amigo Rui Canas Gaspar escreveu mais de duas dezenas de temas que abrangem os mais diferentes aspetos da minha vida, desde a chegada dos fenícios e romanos, passando pela retenção das minhas águas nas barragens que os homens construíram ao longo do meu curso. 

Aproveitou este facto para ir dar uma vista de olhos a algumas belas e produtivas herdades que se encontram junto às minhas margens e não deixou de falar com as pessoas que por lá laboravam ou que tiraram o seu sustento das minhas águas. 

O autor escutou também e agora partilha, lindas e curiosas lendas e histórias contadas ao longo dos séculos naquelas noites quando a lua me vem beijar e os pescadores e barqueiros olham curiosos e com alguma inveja. 

Relata histórias de vida de apanhadores de ostras, de chocos e até de lixo deixado por alguns a quem lhe forneço o sustento e assim não deviam proceder, vá lá que também tenho muitos e bons amigos que me vêm limpar! 

Dizem que a minha é uma das mais belas baías do mundo e até faz parte de um seleto clube, mas poucos sabem o porquê e a sua origem, por isso ao contar a minha história de vida não poderia deixar de desvendar este “mistério”… 

SADO é a história da minha e de muitas vidas e locais que agora dou a conhecer com mais detalhe e que poderá para além de vos deliciar com a narrativa servir também de guia ecoturístico para melhor me conhecerem bem como parte do ambiente que me rodeia. 

Porque acredito que gosta de mim, saiba que está convidado, tal como os seus amigos, para a apresentação pública do livro que conta a minha história e que terá lugar em Setúbal, na Casa da Baía (do Sado, pois claro!...) no sábado, dia 8 de julho, pelas 18,00 horas. 


www.livrosdorui.blogspot.com


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"SETÚBAL REVISTA" 
Julho 2017


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OPINIÃO DE UM LEITOR SOBRE O “SADO”

 Na passada sexta-feira, ao fim da tarde, quando saía de  casa, para ir passar o fim de semana na minha quintinha de Malaqueijo, aldeia do Ribatejo, situada entre Rio Maior e Santarém, abri o receptáculo de correio e dele retirei o seu livro, que levei comigo. Sem prejuízo de outras tarefas que tinha previsto, como regar as árvores de fruto, consegui lê-lo todo, com entusiasmo crescente, até domingo à tarde.
Devo dizer-lhe, com plena sinceridade, que essa leitura me proporcionou imensa satisfação.
Do que aprendi e concluí destaco o seguinte:

1)      O livro tem uma capa de muito bom gosto, está impresso em papel couché, é composto de 200 páginas e possui 140 gravuras a preto e branco, que mesmo não sendo a cores, devem ter tornado a edição bem mais cara do que seria com outro papel e sem gravuras, embora com detrimento da qualidade e apresentação;
2)      A dedicatória que teve a gentileza de escrever no meu exemplar, e que muito agradeço, falha apenas num ponto: pensar que eu iria “conhecer um pouco melhor o nosso Sado” quando, na realidade, depois de o ler, cheguei à conclusão de que, antes, quase nada sabia do “rio azul”; agora, sim, é que fiquei a conhecê-lo.
3)      Também conclui, que o meu amigo nasceu no dia 19 de Abril de 1948, pelo que tem agora 69 anos de idade, ou seja uma boa dúzia menos do que eu;
4)      A ideia de pôr o rio a falar é excelente e permite assegurar uma continuidade da descrição que, por assim dizer, flui como as águas do Sado, desde a nascente até à foz, permitindo uma exposição harmoniosa, coerente e sequencial dos assuntos, que proporciona uma leitura agradável e sempre interessante;
5)      A capacidade descritiva do autor, reveladora de uma grande vocação para a reportagem, o trabalho de investigação profunda e a seriedade do tratamento dos temas conferem à obra um inestimável valor etnográfico, regionalista e até científico;
6)       Não pude evitar que as lágrimas me viessem aos olhos, com a leitura de alguns capítulos, como foi o caso da lenda dos golfinhos do Sado, para a qual a sua capacidade criativa deu uma significativa contribuição; “os galeões do sal” e “o clube das mais belas baías do mundo” foram outros dois capítulos que muito me sensibilizaram e encheram de orgulho, como setubalense adoptivo;
A impressão global foi excelente e, pelo que refiro, excedeu as minhas expectativas. Dou-lhe, por isso, os meus sinceros parabéns. Fico à espera do próximo.

   Manuel Braz