Autores SUD - Network: Entrevista com o Autor Rui Canas Gaspar
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Entrevista concedida à RTP 2 Programa "A Fé dos Homens" passada em 19 de julho de 2012
http://www.rtp.pt/programa/tv/p1115/c88257/247102
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Entrevista concedida à Rádio SUD Brasil em 2 de agosto de 2012
https://docs.google.com/uc?id=0B9Q1NEVmYT1ga2RfQVVpM2E0N2c&export=download
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Entrevista para a página "Gente gira da Região" novembro 2013
http://gentegiradaregiao.blogs.sapo.pt/16432.html
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A
publicação mensal “Setúbal Revista” na sua edição de Dezembro de 2015 dedica a foto
de capa ao fadista setubalense António Severino, chamando também, em rodapé, a atenção
dos seus leitores para o meu novo livro “Histórias, Coisas e Gentes de Setúbal”.
Na
página 7 desta publicação podemos ler o texto da autoria do seu editor, Joaquim
Gouveia, que escolheu como título para este seu trabalho jornalístico “O
Contador de Setúbal” e cujo conteúdo reproduzo aqui de forma a dar conhecimento
a todos aqueles que não tem acesso à revista:
Não se sente um
historiador, apenas um investigador e narrador de factos e acontecimentos que
ao longo de muitos anos vão envolvendo a cidade e as suas gentes num desfilar
de coisas e lugares a todos comuns, de que todos temos conhecimentos mas que
Rui Canas Gaspar sabe descrever ao mais ínfimo pormenor com a minucia e o
entusiasmo próprio de quem gosta de comunicar e o faz com sabedoria, bom gosto
e, acima de tudo, com verdade.
“A escrita para mim –
diz o escritor – é um projeto ao qual dou seguimento através dos livros que
escrevo, edito e que tenho em curso sobre a minha cidade. Todos estão planeados
por forma a que cada um seja o complemento do anterior. Não tenho preocupações
de ordem cronológica. Cada livro é um conjunto de gentes, tempos e lugares que
se completam num ciclo de escrita”.
Rui Canas Gaspar é um
investigador, gosta de saber e por isso persegue cada acontecimento marcado no
tempo com entusiasmo e pertinácia.
“Este livro é,
portanto, uma sequência de histórias sobre Setúbal, as suas gentes e as suas
coisas que vem no seguimento do livro anterior “Setúbal – Gentes do Rio, Homens
do Mar”, onde narrei meia centena de histórias. Agora volto a narrar histórias
diferentes mas com a mesma preocupação de seriedade.
Já estou a preparar o
próximo livro que vem no desencadear destes dois últimos e que acrescentará
mais umas dezenas de histórias sobre a nossa terra”, esclarece que a convicção
de quem sabe que este é um projeto que quer cumprir intemporalmente.
Sobre a sua forma de
escrever diz que “é variada mas sinto-me, particularmente, inclinado a escrever
sobre Setúbal, que é a minha terra e onde está toda a minha origem familiar e
pelo conhecimento que tenho das coisas, das gentes e dos lugares. Procuro fazer
um trabalho sério, digno e de qualidade.
Mas como é que o
escritor define a sua terra, esta Setúbal que o viu nascer e da qual é um
eterno apaixonado? Rui Canas Gaspar, não esconde a convicção de que “Setúbal é
um diamante por lapidar. Por aqui temos quase de tudo, o que faz com que nos
apeteça viver por cá. Temos uma zona industrial com características de
desenvolvimento mundial, uma baía que é uma das mais belas do mundo e um
enquadramento paisagístico maravilhoso.
No entanto penso que a
cidade esteve de certa forma votada ao abandono mas hoje nota-se que voltou a
existir uma preocupação em recuperar valores patrimoniais o que só a valoriza”,
justifica.
Sobre os seus livros o
autor acredita que “são únicos em termos de temática que apresentam, com uma
linguagem muito acessível, com histórias interessantes e verídicas, o que ajuda
na investigação da contemporaneidade da cidade e da própria região”.
Rui Canas Gaspar
conta, nesta altura, com 9 livros editados. Prepara o seu décimo livro para
dentro em breve. É o seu próprio editor tendo lançado a marca “Livros do Rui”.
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O DIÁRIO DA REGIÃO publicou hoje ( 2016-DEZ-03 ) na sua edição eletrónica a
entrevista que concedi ao jornalista André Rosa, a propósito do livro que
acabei de apresentar intitulado TROIA – Um Tesouro por Descobrir.
A versão em papel será publicada nesta primeira semana de
Dezembro de 2016.
Veja aqui a versão eletrónica :
Rui Canas Gaspar, 68
anos, explica a história da Península de Tróia desde a ocupação romana até aos
dias de hoje naquele que é já o seu décimo livro, à venda nas principais
livrarias da cidade
“Tróia – Um Tesouro por Descobrir” é o mais recente
trabalho de investigação de Rui Canas Gaspar, conhecedor do sotaque do bairro
de Troino, onde nasceu, e que continua a ouvir quando estende a toalha na praia
do lado de lá. No quinto livro que escreve sobre a região de Setúbal, ao longo
de 200 páginas e mais de uma centena de registos fotográficos e documentais, dá
largas à escrita e mostra como a península foi sendo tomada pelos povos ao
longo da história, pelo povo setubalense e pelos projectos imobiliários mais
recentes, como o da Torralta, em que trabalhou. Afirmando que “Setúbal e Tróia
nunca podem dissociar-se”, apresenta o livro como “único”.
DIÁRIO DA REGIÃO: “Tróia – Um Tesouro
por Descobrir”. Que livro é este?
Rui Canas Gaspar: É um livro sobre a história de Tróia
desde a ocupação romana até à actualidade, como a conhecemos hoje. Tróia como
esta restinga de areia branca e fina como há poucas, pelo menos nas nossas
bandas. E como a história é feita de histórias, aparecem algumas pelo meio,
contadas ao longo de duas dezenas de temas.
Que “tesouros” é que ainda estão por
descobrir em Tróia?
Quando digo que Tróia é um “tesouro por descobrir”,
aponto para duas vertentes. A vertente cultural de Tróia além da experiência
balnear, nomeadamente todas as valências e atractivos culturais, como o roteiro
das ruínas romanas, que são o maior complexo de salga de peixe do mundo, um
importante ponto de atracção turística e estão muito valorizadas. Aponto também
para o tesouro do galeão castelhano que naufragou em Tróia, entre a Ponta do
Adoxe e a Comporta, quando não conseguiu passar a barra por causa de um
vendaval. O galeão estava carregado de ouro e prata, que pertenciam ao rei de
Espanha. Foi recuperada uma parte desse tesouro e outra não. É um episódio que
está amplamente documentado e que eu conto baseado em factos reais. A última
parte do livro é talvez a mais interessante, o que tem a ver mais com o título
do livro.
Como foi o processo de elaboração do
livro?
Na elaboração do livro recorri à documentação história
que existe sobre o assunto, a relatos de pessoas que tiveram vivências do outro
lado do rio e a outras fontes. Eu próprio tenho alguma experiência sobre as
coisas de Tróia, uma vez que quando era menino acampei em Tróia como os
pescadores – o meu pai era pescador – e depois, na adolescência, como
escuteiro, nas dunas, daí conhecer a experiência do campismo selvagem. Mais
tarde, nos anos 70, participei como técnico da empresa construtora da Torralta,
a AC – Arquitectura e Construção, na construção daquela que seria a cidade
turística idealizada em Tróia, com 70 mil camas. Mais tarde, como toda a gente
aqui em Setúbal, estive nas chamadas “bichas” para apanhar o barco para Tróia e
aí tive a vivência de Tróia cheia de gente, nos anos 80 e 90. Nos últimos
tempos, foi a experiência de ver a implosão das duas torres que sobraram da
Torralta, que não se enquadravam no projecto do Tróia Resort, da SONAE e Amorim
Turismo. Tenho ido a Tróia esporadicamente, e ao contrário do que algumas
pessoas da minha idade dizem, eu gosto de Tróia como ela está agora.
Mas muitos setubalenses afirmam que hoje
Tróia já não é do povo…
Mas qual povo? Do povo que tinha dinheiro para pagar o
bilhete para Tróia, porque muita gente não tinha. Houve uma altura em que
existiram dois tipos de transporte para Tróia: os hovercrafts, que eram três
vezes mais caros e faziam o trajecto em três minutos, e os barcos
convencionais, cujas viagens custavam um terço do valor dos outros. Em relação
aos salários que a generalidade da população auferia, os bilhetes também não
eram baratos. Isso é verificável com base em cópias e registos dos bilhetes dos
transportes da época. As pessoas que iam para Tróia eram privilegiadas em
relação ao resto da população, e muitas outras iam porque tinham familiares com
barcos de pesca que os levavam.
Tróia está verdadeiramente diferente…
Está, e eu acredito piamente que muitas pessoas da
minha idade se recordem de Tróia com nostalgia. Mas eu não sou saudosista,
antes realista. E também não sou elitista. Felizmente tenho capacidade
económica para ir a Tróia quando quiser, e quando vou, vou como um cidadão
qualquer e não deixo de ouvir a fala típica de Troino, portanto muitos
setubalenses continuam a ir para Tróia.
Voltando ao livro, como surgiu a sua
vocação para contar histórias?
A minha vocação para contar histórias nasceu com a
minha vivência nos escuteiros, onde estive grande parte da minha vida. Entrei
aos 13 anos e fui chefe de escuteiros durante muito tempo. Como sempre lidei
com miúdos e adolescentes, e contávamos histórias à volta da fogueira, a minha
maneira de ser e de estar é a contar e explicar. É isso que procuro passar nos
meus livros: contar histórias da nossa terra que enriqueçam o conhecimento dos
leitores.
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Publicado na edição de Dezembro de 2016 da
"Setúbal Revista"
DIÁRIO DA REGIÃO
2017-julho-10
"Sado” é o décimo primeiro livro lançado por Rui Canas Gaspar, nascido e criado nas margens do Sado há 69 anos e o grande impulsionador do grupo “Coisas de Setúbal”, que no Facebook tem já mais de 30 mil membros
O conhecido autor setubalense Rui Canas Gaspar lançou o seu mais recente livro, com um “conjunto de histórias, vivências e factos” relacionados com o rio Sado, na Casa da Baía, sábado ao final da tarde, perante uma plateia com mais de 60 pessoas. Este é já o décimo primeiro livro do autor no espaço de seis anos.
A obra, que aborda a história do rio Sado sobre diversos prismas, desde a sua origem à fixação dos povos ao longo dos séculos, a vida selvagem, a ligação do rio com a cidade e com a margem esquerda de Troia e a exploração económica, é fruto do “trabalho de campo” desenvolvido pelo autor. “Resulta da minha experiência de ir ao terreno e de falar com as pessoas que governaram a sua vida no Sado, desde o homem que apanha os chocos, à senhora que trabalhou nas ostras e na apanha do sal e que hoje trabalha na piscicultura”, exemplificou Rui Canas Gaspar ao DIÁRIO DA REGIÃO.
O autor explicou também porque razão o narrador do livro é o próprio rio personificado. “Achei que seria interessante ser o Sado a contar a sua própria história de vida”, disse, frisando que esta é uma obra baseada em factos e que ainda assim não deixa de enquadrar “algumas lendas, como a lenda dos golfinhos do Sado”.
O rio, cuja nascente se localiza na Serra da Vigia, em Ourique, tem 180 quilómetros de comprimento e é o único, a par do Rio Mira, em Odemira, que corre de sul para norte, desaguando no Oceano Atlântico. Nessa perspectiva, também é referida a relação do rio com a Baía de Setúbal, que integra o Clube das Mais Belas Baías do Mundo desde 2002.
Rui Canas Gaspar pretende que esta obra sirva um propósito “pedagógico”, transmitindo conhecimento aos setubalenses para que cuidem melhor do património natural, e ao mesmo tempo de promoção do turismo, numa altura em que “Setúbal está a viver uma revolução que é pôr os setubalenses novamente virados para o rio”, afirmou.
O livro, de 200 páginas, tem uma fotografia de capa da autoria de Eugénio Buchinho que mostra o espectáculo de fogo-de-artifício sobre o rio, a partir de Setúbal, na última noite de passagem de ano. A obra encontra-se a partir de agora à venda nas livrarias Culsete, Hemus e Universo, na baixa de Setúbal, pelo preço de 15 euros, podendo ser encomendada igualmente junto do autor.