Livro: TROIA - um tesouro por descobrir

Troia       

No longínquo século VII a.C. os nautas vindos a bordo de possantes barcos fenícios, navegando provavelmente desde os confins do Mediterrâneo, oriundos das bandas de Israel e do Líbano, subiam ao longo da costa atlântica, hoje território de Portugal, fazendo avançar os seus resistentes barcos graças à força de possantes remadores ou ao vento que por vezes impulsionava as suas velas quadrangulares.
Aqueles homens quando entravam no estuário do Sado, olhando para o lado direito, provavelmente o que ali viam não seria a língua de terra, formando a península de fina areia branca tal como hoje a conhecemos.
Passados que foram algumas centenas de anos sobre a chegada destes dinâmicos comerciantes marítimos da antiguidade, seriam os conquistadores e colonizadores romanos que se viriam a instalar nesta região. Nesse tempo, é bem possível que a geografia da margem esquerda do Sado, junto à foz, ainda não se apresentasse como uma península, mas sim como um cordão composto por algumas ilhas, sendo provavelmente a maior delas aquela designada por Ácala.
E foi este povo conquistador e industrioso que a partir do século I d.C. desenvolveu neste espaço de eleição uma próspera indústria de salga e conserva de peixe, a mais importante do Império Romano do Ocidente, a qual iria aqui laborar ao longo de vários séculos.
As correntes marítimas, os ventos e outros elementos da natureza encarregaram-se, ao longo dos anos seguintes, de modificar a paisagem e de transformar aquele espaço, unindo-o e formando a península com cerca de 17 quilómetros de comprimento por um e meio de largura. Uma língua de areia que hoje conhecemos como Troia.
No princípio do século XX podíamos observar, na Ponta do Adoxe, as precárias condições que aquele espaço então oferecia para uma nova atividade que começava a despontar: O turismo.
Ali, a par das rústicas cabanas de pescadores construídas com caniço e colmo, alguns resguardos de pano para os pioneiros banhistas que então já demandavam aquele local era tudo o que existia.

O período compreendido entre os anos sessenta e início de noventa do século XX foi aquele em que mais pessoas afluíram a este espaço. Nesse tempo formavam-se longas filas no cais do jardim da beira-mar para conseguir um lugar num dos barcos que faziam a carreira fluvial entre ambas as margens do Sado.
As praias de Troia, quer do lado do rio, quer na costa atlântica ficavam repletas de gente, que se estendia pelo areal, como a imagem difundida por um dos bilhetes-postais da TORRALTA então tão bem publicitava tal como os seus folhetos e anúncios que promoviam este espaço considerado um dos mais belos locais de Portugal.
Até à década de sessenta, as pessoas montavam as suas tendas ou improvisados abrigos indiscriminadamente quer junto à praia ou nas dunas, e ali acampavam por longas temporadas.
Havia também outras que instalavam as suas barracas e lá as deixavam durante longos períodos, indo e vindo diariamente para o trabalho, em Setúbal, ou simplesmente ali retornando apenas ao final da semana.
A partir do momento em que a TORRALTA iniciou o seu projeto de construção daquela que então era anunciada como a futura “capital do turismo europeu” as dificuldades para se acampar, em qualquer lado, começaram a surgir, devido sobretudo à instalação de diversos estaleiros de obras, embora as praias continuassem a ser muito frequentadas pelos setubalenses, com particular incidência nos fins de semana.
O local de alvas areias cercado pelo azul-marinho avistado outrora pelos navegadores fenícios, ocupado mais tarde pela laboriosa indústria romana e amplamente usufruído no século XX para veraneio pela generalidade da população setubalense muito pouco tem a ver com a sofisticação e modernismo com que agora se nos apresenta no início do século XXI.

O livro inclui ainda um desenvolvido texto sobre a "Nau da Prata" a malograda Nuestra Senõra del Rosário que no invernoso dezembro de 1589 naufragou em Troia pejada de valioso carregamento destinado ao rei Filipe I e a alguns ricos mercadores.

O casco e os 30 canhões de bronze ainda não foram encontrados e parte do seu tesouro ainda se encontra soterrado no fundo do mar, algures entre a Comporta e a Ponta do Adoxe, constituindo um desafio para mergulhadores, caçadores de tesouros e arqueólogos.
Troia é, por tudo isto, um antigo e histórico espaço que não sendo virgem ainda tem muito, mas mesmo muito, para se descobrir.

Rui Canas Gaspar



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TROIA – Um Tesouro por Descobrir

Através de uma escrita atrativa, fatual e objetiva o autor da obra consegue, facilmente, transportar o leitor para os tempos  em que os fenícios colonizaram Tróia, passando pelo Império Romano e das suas industrias conserveiras, da idade Média, da importância de Tróia para a Ordem de Santiago, da época dos descobrimentos/renascimento, até aos dias de hoje.

Ressalva-se o trabalho minucioso do autor ao descrever a década de setenta, do século passado, onde podemos  constatar a  importância da empresa Torralta em Tróia e as consequências dessa década conturbada no nosso país e em particular na empresa Torralta e na península de Tróia.

Ao ler o livro imaginei-me a ser um dos carregadores dos andores das festas de Tróia, um dos frequentadores das piscinas da Galé, um dos milhares de trabalhadores da Torralta, um campista de Tróia,  um utilizador dos transportes marítimos para Tróia, ou até pasme-se piloto de helicóptero aquando do salvamento do golfinho Asa, tão bem descrito pelo autor no livro.

De leitura obrigatória para quem passou momentos inesquecíveis em Tróia e os queira novamente reviver, ou como no meu caso para descobrir o tesouro que é Tróia.

Em suma mais do que contar a história de Tróia, Rui Canas Gaspar presta uma homenagem aos homens e mulheres que ao longo dos tempos com muito sacrifício e boa vontade contribuíram para o desenvolvimento de Tróia.  



Carlos Santos


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Jornal O SETUBALENSE

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Setúbal Revista


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TROIA – Um Tesouro por Descobrir

O seu livro um espanto bem escrito bem contado

Toda a maravilhosa historia já li 2 vezes

Como estivesse na Infância todas as passagens Para mim um best seller  da escritura você é um Grande escritor com a particularidade à medida que se lê vive-se todos os momentos.

As minhas maiores felicitações bravo bravo tem que traduzir em Francês e bem digno bravo bela obra um Grande abraço os meus parabéns.
Maria Amélia Estrela Passos 

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